Foi em um curso de antropologia da infância, ministrado pela querida Adriana Friedman em 2013, que abriu-se para mim um universo de possibilidades de aproximação entre a literatura e as visões das infâncias que estavam em ebulição em mim depois de tantas leituras. Adriana e um grupo de educadoras em busca de algo além, me conectaram com projetos envolvendo pesquisa de campo, com base teórica em pensadores de diversas áreas do conhecimento, além da metodologia da escuta antropológica e das viagens de caráter etnológico, cuja natureza delicada que pude aprofundar mais tarde nas aulas sobre o trabalho de Mario de Andrade educador, como aluna especial na FFLCH-USP. A busca por avançar no entendimento e desdobramentos dessa aproximação livro-leitor, literatura-infâncias, me levou:

1. a campo: viajei pelo Brasil na produção da Coleção das crianças daqui e mais tantas incursões para encontrar brasileirinhos diversos e suas histórias e culturas infantis que me confirmaram a tese de que estamos sim em um momento revolucionário de uma produção literária específica que inova e dá poder ao estabelecer relações com as novas visões multidisciplinares das infâncias.

2. À pesquisa acadêmica: instrumentalizada pelas vivências com as crianças e as experiências de produção e pesquisa de livros contemporâneos, desenvolvi esse tema em mestrado na FFLCH-USP, concluído em 2023 após estágio na Universidade de Aveiro, Portugal.